quarta-feira, 18 de abril de 2012

SPECIAL JUDÔ FITNESS TEST (SJFT)

Esse teste tem como objetivo aumentar a potência aeróbia  e a capacidade anaeróbica.
A potência aeróbia é o máximo que o atleta consegue chegar em um curto espaço de tempo, e a capacidade anaeróbia é o máximo de arremessos que o atleta consegue fazer.
O teste é aplicado com um atleta, sendo que mais dois auxiliam para que o teste seja realizado, os dois atletas que serão arremessados ficarão em cada ponta, com distância de 3 metros do atleta que estará no meio (arremessador). O atleta que irá arremessar terá como primeira série um  tempo de 15 segundos para começar os arremessos, descansando 10 segundo. Novamente a série de arremessos é realizada, porém  com duração de 30 segundos, e 10 segundo de descanso e por fim uma ultima série de 30 segundos. Ao termino dessas três etapas o professor marcará sua freqüência cardíaca final, e após um minuto de repouso (permanecendo andando) marcará novamente sua freqüência cardíaca de repouso.
A fórmula onde se aplicará estes resultados é:

ÍNDICE =   FCfinal + FC1min. repouso
          _____________________________ =
                Número de arremessos

Desta forma chegará a um resultando onde quanto menor o índice, melhor o resultado.

Início do teste os atletas deverão estar posicionados desta forma:


Atleta que realizará o arremesso deverá executar uma pegada na manga, e uma entrada de braço como na na imagem abaixo.


E então, finalizará o golpe fazendo o arremesso.


Observação: Esse teste terá um resultado eficaz com os atletas que são da mesma categoria.

Aspectos Fisiológicos do Judo

Para prescrição de treinamentos para qualquer modalidade esportiva devemos ficar atento aos aspectos fisiológicos que elas possuem, e no judo não é diferente, na preparação física dos atletas dessa arte marcial, os profissionais devem saber algumas características  importantes, os professores tem que preparar treinos com base no esforço/pausa, pois o judo é uma modalidade intervalada. Exemplo: tempo do exercício: 5 minutos, com isso a cada 15 segundos de esforço intenso o atleta deve ter uma pausa de 30 segundos, esse tipo de treino pode ser para ambos os sexos e o período de pausa é melhor que seja ativa, assim não abaixa tanto a frequência cárdica.       
Outro ponto que os professores devem levar em consideração são os sistemas energéticos do organismo humano, que são sistema ATP-PC, Glicolítico, Oxidativo. O sistema ATP-PC é utilizado nos primeiros 10  a 12 segundos onde a reciclagem do ATP (energia) se da de 2 a 2 segundos, o sistema é conhecido como anaeróbico alatico, onde se tem uma potencia explosiva muito grande e pouca resistência para trabalhos de longa duração. Sistema Glicolítico, como o nome já diz é o sistema que usa glicose como fonte de energia, ele é utilizado nos primeiros 30 a 45 segundos de exercício, é também conhecido como anaeróbico latico, onde sua potencia é menor que o ATP-PC, mas sua resistência é maior. Por ultimo vem nosso sistema Oxidativo ou sistema aeróbico, esse é utilizado de maneira infinita tanto no repouso como em atividade, para treinos utilizamos em exercícios com grande duração de tempo e baixa intensidade e o aconselhável é utilizar em dias que não terá exercícios específicos de alta intensidade para judo ou para qualquer modalidade de lutas. Observação: Os três sistemas são utilizados simultâneos, mas nos tempos descritos a cima um é predominante sobre o outro. 

domingo, 15 de abril de 2012

História/Filosofia do Judo

As Origens
O início do desenvolvimento das brigas, dos jogos de combate, das lutas propriamente ditas é baseada em contos e lendas que foram passadas de geração em geração de forma oral sem deixar fontes documentadas.
O judo surgiu do de um aperfeiçoamento do jiu-jítsu, onde a lenda diz que foi criado por um monge chines chamado Chin Gen Pin, ele idealizava golpes com a intenção de ferir gravemente o adversário. Algum tempo depois o monge se mudou para Japão e conheceu três samurais, e lhes ensinou sua arte violenta. Encantados com os resultados os três discípulo se espalharam pelo Japão e passaram arte para mais e mais pessoas e essas fundaram suas escolas e assim  surgiu o Jiu-Jítsu.
Após algumas transformações sócio-politicas no país no século XIX, feitas pelo imperador Mutsu Hito, onde se valorizou mais a cultura ocidental do que a cultura milenar oriental, as artes marciais foram renegadas e espadas proibidas, antigos samurais se transformaram em pescadores, artesãos, em outros casos, cometeram suicídio pela honra a tradição.
Passada a febre ocidental, teve uma revalorização as técnicas milenares, e o Jiu-Jítsu passou ser ensinado nos centros de defesa do Japão. Mas não teve muito avanço, pois a filosofia pregada pela arte violenta era ferir o adversário e não a defesa pessoal e não seguia nenhuma pedagogia de ensino, e ainda mais crianças e idosos estavam se machucando gravemente com a prática e isso abriu caminho ao surgimento do Judo.

O Fundador
Aos 18 anos, Jigoro Kano, começou a praticar o Jiu-Jítsu para sua saúde e diminuir sua fraqueza física, após alguns meses veio a frustração, pois o arte do monge chines era seletista e valorizava apenas os dotados de força física. Mas como uma pessoa que fez diferença para o mundo da sua decepção veio a grande ideia de criar o Judo, que tem uma filosofia do "ceder para vencer". Kano era um rapaz bem dotado de cultura, e com isso usou princípios da física, como equilíbrio, gravidade, deslocamento e sistema de alavancas, e ferramentas didático-pedagógicas de ensino. Ele criou o princípio de quedas, roupa especial, mais conhecida como kimono e criou métodos de projeção. A arte tem princípios filosóficos bem definidos, que visa o aperfeiçoamento do ser humano.
O judo de Jigoro Kano se baseia no melhor uso da energia que existe dentro de nós, promovendo o bem-estar mútuo, significado do nome judo diz tudo, "Ju" (suave) e Do (que nos leva a perfeição).
A primeira escola de judo do mundo foi inaugurada em 1882 denominada Kodokan (instituto do caminho da fraternidade), ela situava no segundo andar de um templo budista e no início possuía apenas 12 tatames. Ensino adotado pela filosofia de Kano, exercícios de educação motora, treinamento intelectual e estudos sobre cultura moral. 
Com uma filosofia já bem fundamentada e aceita pelo povo japonês, passou a ser ensinada nas escolas do país.
O mestre criador do judo organizou uma pedagogia de ensino com ajuda de alguns mestres seguidores Yoko-Yama, Yamashita, Nagaoka e Iitisuka, onde elimiram técnicas perigosas. Essa pedagogia foi revisada apenas uma vez em 1920, e permanece inalterada até os tempos de hoje. 
A partir de 1989 o judo começou a expandir pelo mundo ocidental difundido pelo seu proprio criar com palestras e demostrações praticas , implantou o judo na Grã-Bretanha, França, Bélgica, Espanha, Estados Unidos e Brasil.
Jigoro Kano morreu aos 77 anos, no dia 4 de maio de 1938, e ele não deixou apenas um esporte para mundo e sim uma filosofia de vida para humanidade. Após sua morte surgiram as primeiras federações em vários países. Em 1951 foi feito o primeiro campeonato Europeu e também foi fundada a Federação Internacional de Judo, e o presidente foi Risei Kano, filho do fundador.
Jigoro Kano
Os princípios do Judo
Jigoro Kano se inspirou em três para idealizar judo:
- Seiryoku-zen-yo (máxima eficiência com mínimo esforço);
- Jita-Kyoei(bem-estar e benefícios mútuos);
- Ju (suavidade)


Judo no Brasil

Com a grande imigração japonesa para o Brasil, eles trouxeram muito de sua cultura e filosofia e judo não poderia ficar de fora disso, a modalidade era ensinada em casa passando de geração para geração. 
A pessoa precursora do esporte no país foi Conde Koma cujo seu nome era Mitsuyo Maeda. Apesar de chegar depois do grande êxodo do povo japonês ao Brasil ele foi considerado o divulgador oficial do judo na nossa nação. sua chegada foi no dia 14 de novembro de 1914, em Porto Alegre e foi na cidade gaúcha que mostrou as técnicas da modalidade pela primeira vez, difundindo depois por Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife, São Luiz, Belém e Manaus. Alguns dos seus alunos eram integrantes da família Gracie, que após a sua morte deram continuidade ao seu trabalho.
Outros precursores da arte milenar no Brasil foram Tatsuo Okochi, fundador e primeiro presidente da Associação de Faixas Pretas de Kodokan e fundador da federação paulista de judo, Ryuzo Ogawa, fundou a primeira academia de projeção nacional, com filiais em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul, entre outros. 
O judo Cresceu, se consolidou e teve prestígio pelo povo brasileiro, foram fundadas novas academias, aumentaram o número de praticantes e em 1951 foi realizado, em São Paulo, o primeiro campeonato oficial de judo.
Em 1954, foi realizado o primeiro campeonato brasileiro de judo, em 1956, o Brasil participou do seu primeiro campeonato internacional, que foi o pan-americano, em Cuba e ficou com o segundo lugar. Em 1966 o país sediou o primeiro Campeonato Mundial.
Com o crescimento do esporte em todo Brasil era necessário criar uma entidade exclusiva para judo que era controlado na época pela Confederação Brasileira de Pugilismo, e em 1969, foi criada a Confederação Brasileira de judo, mas foi reconhecida apenas em 1972.


Conde Koma
  
Família Gracie






Judo brasileiro em Jogos Olímpicos
 Ordem PaísMedalha de ouroMedalha de prataMedalha de bronzeGoldSilverBronze medals.svg
12ºBrasil231015

Judo brasileiro em Mundiais 
 Ordem PaísMedalha de ouroMedalha de prataMedalha de bronzeGoldSilverBronze medals.svg
-Brasil121013 
Judo brasileiro em Jogos Pan-Americanos

 Ordem PaísMedalha de ouroMedalha de prataMedalha de bronzeGoldSilverBronze medals.svg
-Brasil25294498
obs: dados dos jogos olímpicos e mundiais não atualizados.


Judocas Brasileiros
 Mayra Aguiar                                                                   


Danielle Zangrando 
 Fabio Kitadai
 Flavio Canto
 Edinanci Silva
 João Derly
 Tiago Camilo



Keytlen Quadros
Rogerio Sampaio
















As Graduações do Judo 
No judo temos duas escala de graduação aonde primeira, chamada Kyu, vai da faixa branca(iniciante) até a faixa marrom, a segunda, chamada de Dan, vai da faixa preta até faixa vermelha, veja as tabelas abaixo:
KYU




Dan

Referencia
Livro: Judo, o caminho da suavidade
Autor: Ney Wilson
Editora: Online


sábado, 14 de abril de 2012

Elementos Técnicos do Judô

Para ensinar as técnicas do judo para iniciantes o caminho é fazer uma sequencia pedagógica correta, onde irá facilitar assimilação dos conhecimentos e objetivos a serem atingidos. Primeiramente citaremos uma sequencia que profissionais podem seguir no treinamento da luta para iniciantes, começando pela saudação, técnicas de quedas e amortecimentos (rolamentos), técnicas de projeção ( derrubar o adversário), técnicas de imobilização. 
Saudação
A saudação é um ritual oriental e faz parte no judo e deve ser feita em todo local que se for praticado a modalidade tanto no inicio como no fim do treino . existem dois modos de saudações: 
Em Pé: Pode ser feito a qualquer momento apropriado menos quando atividade é realizada no solo.
Ajoelhado: É  feito quando as atividades são realizadas no solo.




























Rolamentos
As técnicas de rolamentos são ensinadas aos alunos para facilitar posteriormente o desenvolvimento das técnicas de projeção com maior segurança, pois o iniciante irá aprender a "cair de uma maneira certa" e isso diminui o risco de ocorrer a acidentes. São várias as técnicas de rolamentos que podem ser tanto para trás  (deitado ou sentado), De cócoras, De pé, Lateral (deitado ou sentado), para frente por cima dos ombros, ajoelhado, agachado, de pé.

Para trás
Deitado: Decúbito lateral (deitado de lado), pernas flexionadas, solas dos pés apoiadas no tatâmi, braços estendidos com as mãos em pronação ( palma da mão para baixo), apoiados no solo, e afastados um palmo pelo menos das pernas.

Execução: Elevar os braços e bater no tatâmi ao mesmo tempo, do jeito e no mesmo lugar onde na posição inicial. Esse degrau ser utilizado apenas na primeira aula, com objetivo de fixar de modo definitivo a batida das mãos no solo.

Sentado: Pernas juntas e estendidas, braços estendidos a frente, na altura dos ombros.

Execução: Deitar elevando as pernas semi-flexionadas, batendo com as mãos conforme o exercício anterior, voltando a posição inicial, sem tocar a cabeça no tatâmi. Se o aluno tiver alguma alguma dificuldade em mante-la afastada do chão, deve encostar o queixo no peito, até que consiga firmá-la na posição correta.   

De cócoras: Braços estendidos a frente, na altura dos ombros, pernas flexionadas em afastamento lateral ( "dedão apontado para fora").

Execução: Rolar para trás, executando o movimento igual aos exercícios anteriores.

De Pé : Braços estendidos a frente na altura dos ombros, pernas em afastamento lateral.

Execução: Passar pela posição agachada, rolando para trás repetindo os mesmos movimentos dos exercícios anteriores, voltando a posição inicial.

Lateral
Deitado: Decúbito dorsal ( deitado de costas), mãos a altura da faixa, pernas flexionadas com os pés apoiados no tatâmi. 

Execução: Rolar para o lado direito, batendo com o braço no tatâmi, com a palma da mão voltada para baixo e posicionada no mínimo a um palmo de distancia da perna, permanecendo a mão esquerda na posição inicial. Rolando para o outro lado, bate-se com o braço esquerdo e a mão direita fica na faixa. A prática desse rolamento deve ser feita com movimentos alternados e contínuos. A cabeça não pode encostar no tatâmi. Esse degrau deve ser utilizado apenas na primeira aula.

Sentado: As pernas estendidas a frente, da mesma maneira que o braço direito, indicando ao iniciante para que lado que vai cair e o braço em que vai bater. A mão esquerda na altura da faixa ou do peito.

Execução: Com um desequilíbrio lateral para a direita, vai-se ao chão, caindo na mesma posição do do exercício anterior. Ao cair, podem-se elevar um pouco as pernas, para tornar mais suave a batida do corpo no solo. Para o lado esquerdo, faz-se o movimento oposto.

De Cócoras: Pernas flexionadas em afastamento lateral, braço direito estendidos a frente, na altura dos ombros.

Execução: A perna direita passa a frente da esquerda, rente ao tatâmi. Com o desequilíbrio lateral, vai-se ao chão, caindo na mesma posição do degrau anterior. Para o lado esquerdo, faz- se o movimento oposto, com a perna esquerda passando pela frente da direita.

De Pé : Pernas em afastamento lateral, braço direito estendido a frente, na altura dos ombros.

Execução: A perna direita passa a frente da esquerda, que se flexiona. com o desequilíbrio, vai-se ao chão, da mesma maneira que nas atividades anteriores. Para o outro lado, troca-se a posição dos braços, e, na execução, a perna esquerda passa a frente da direita.

Para Frente
Ajoelhado: Ombro direito apoiado no tatâmi, braço direito estendidos lateralmente, com as palmas da mão virada para cima. A cabeça, virada para o lado oposto e encostada no tatâmi. A palma da mão esquerda apoiada no chão, ao lado da cabeça, um pouco acima do ombro esquerdo. Para lado esquerdo faz-se mesma coisa para lado contrario.

Execução: Impulsionar com as pernas o corpo para frente , rolando por cima do ombro direito, caindo na posição do rolamento lateral. Para o outro lado, inverte-se a posição. O braço que vai bater no tatâmi, é sempre o do lado para está virada, ou seja o que está com palma da mão apoiada. Para lado esquerdo é igual o movimento.

Agachado: Pernas em afastamento lateral, com a direita um pouco a frente da esquerda. Palma da mão esquerda apoiada no tatâmi, a frente da perna esquerda e no prolongamento lateral da outra perna. Braço direito em forma de arco, apoiado pelo dedo mínimo, entre o braço esquerdo e a perna direita, com a mão em forma de cutela e voltada para trás. Cabeça virada para o lado esquerdo, por cima do ombro.


Execução: Igual ao exercício anterior.

De pé: Dá-se um passo a frente, com a perna direita, flexionando o joelho e o tronco para apoiar o braço direito em forma de um arco, do mesmo modo do degrau anterior. A perna esquerda praticamente estendida para trás, a mão esquerda apoiada no tatâmi, formando um triangulo com os pés e cabeça, na mesma posição da atividade anterior.

 Execução: Impulsiona-se com as pernas o corpo para frente , jogando a esquerda para cima,  rolando do mesmo modo, e caindo na mesma posição da atividade anterior. 

Técnicas de Projeção 
As técnicas de projeções são movimentos que visam derrubar o adversário no tatâmi para vencer as lutas devem ser treinados em ambos os lados. As técnicas de projeção adequadas para uma iniciação, veja alguns exemplos:


O-Soto-Gari
É a técnica mais indicada para se usar como primeiro golpe a ser ensinado e foi essa que usamos em aula, pois ela inibe o medo da queda, é uma movimentação simples de quadril e de membros inferiores e a dupla pode ajudar o seu companheiro a diminuir o impacto com solo. veja a imagem para exemplificar melhor:


O- Goshi
O- goshi é uma técnica um pouco mais complexa que o O-soto-gari pois o aluno que está sendo golpeado perde o contato com solo, o movimento que um dos iniciantes fazer é levantar seu companheiro com quadril e com parte posterior do corpo, fazendo uma "cama de gato" no adversário. veja a imagem para exemplificar melhor:


Técnicas de imobilização
As técnicas de imobilização como nome já diz serve para imobilizar o adversário quando este se encontra no solo, deve segura-lo de costas sem que ele consiga tirar totalmente as costas do tatâmi. veja a imagem para exemplificar melhor:

Hon-Kesa-Gatame

Kuzure-kesa-Gatame
Yoko-Shiho-Gatame


  
Kami-Shiho-Gatame


Obs: Existem várias outras técnicas tanto de imobilizar e projeções, mas trouxemos alguns exemplos que podem ser trabalhados na iniciação.